9 de março de 2011

Dificuldades da Língua Portuguesa - V

História ou Estória?

Nos primórdios dos tempos em que escribas, escrivães e copistas, por ignorância ou economia, deixavam de usar os agás latinos: aver ou auer, omem ou ome, oje, ora.... Depois, na Renacença, o uso do agá retornou. E a estória voltou a ser história.
João Ribeiro de Andrade Fernandes (1860-1934 – historiador, gramático e membro da Academia Brasileira de Letras), no século XIX, volta a usar a palavra estória. Como o inglês tem story e History, aquele escritor sugeriu o vocábulo arcaico estória, para contos e lendas populares. Mas sua sugestão não foi bem aceita.
Depois veio João de Guimarães Rosa (1908-1967) que passou a usar estória, em pleno Modernismo, na sua obra “Primeiras estórias” (1962). E a polêmica voltou a surgir.
Hoje, há duas posições: 1. fazer a distinção entre história (o real, acontecido, datado) e estória (o fictício, a ficção) e 2. manter uma forma única, com h, em qualquer sentido. O Dicionário Houaiss aceita as duas formas.
Mas, para que complicar? Vamos usar história, com h, e pronto. Deixemos de anglicismos. Quem sabe um dia inventaremos algum outro sentido para a palavra hoje e, então, passaremos a escrever oje. Que tal?  (Fontes: Celso Pedro Luft in "O Romance das Palavras”, Editora Ática; Márcio Bueno in "A Origem Curiosa das Palavras", Editora José Olympio)

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