21 de junho de 2012

Curiosidade: aquário e piscina - 20

Geralmente, as pessoas confundem a acepção dessas duas palavras. Na verdade, "aquário" resulta da junção do termo latino acqua (água) mais o sufixo rium ("lugar" ou "edifício"). Quer dizer: aquário é um recipiente capaz de conter água, como ensina elementar etimologia. A criação de peixes em lugares fechados é prática muito antiga. Os antigos sumérios eram conhecidos por manter peixes em tanques antes de prepará-los para a refeição.
"piscina" - do latim piscina, derivado de pisces, "peixe" - é um tanque de água próprio para natação, mergulho, saltos ornamentais e outras práticas esportivas como polo aquático, hidroginástica ou, simplesmente, recreação.
Em suma, o que hoje se conhece como piscina é aquário, e vice-versa, não é lógico?

20 de junho de 2012

Meu Tempo


Difícil para mim é falar das coisas simples.
Fácil para mim é sentir as coisas simples.
Algo me deixa aflito.
Me deixa no ar.
Vida solta.
Solta a vida!... deixe-a reinar.
Mergulho em mim, e nada encontro além do que sou
É mar imenso, sem referencial.
Não sei onde estou.
Tempo?
Espaço?
Nada disso é palpável.
O que sou além do que mostro ser?
Aonde vou?
Se nem sei aonde cheguei!
Mar de mim mesmo.
Preso estou.
Se me solto, para onde vou?

Curiosidade: conheça alumas expressões da Língua Portuguesa - 19

- Conheça a origem de algumas curiosidades de algumas expressões da Língua Portuguesa.

JURAR DE PÉ JUNTOS
"Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu!" A expressão surgiu das torturas executadas pela Inquisição, nas quais o acusado de heresia tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para dizer nada além da verdade. Até hoje o temo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO
"Nossa, que cara mais barbeiro!" No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não terem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA
"Pode ir tirando seu cavalo da chuva, porque não vou deixar você sair hoje!"  No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

17 de junho de 2012

Salvo por um estranho


Março de 1964. Exatamente no dia 31. Praça Sete em Belo Horizonte. No auge de meus 17 anos, caminhava tranquilo por ali, olhando lojas, apreciando o movimento que aumentava a cada instante. Eu adorava aquela cidade.
     Os jornais noticiavam sem parar a situação política do país. Manchetes estampava: “Governo está entregando o país aos comunistas...".
     Aproximei-me do Cine Brasil. Dali avistei uma multidão que caminhava em direção ao centro, passando pela Avenida João Pinheiro. Os participantes carregavam faixas pretas sem sequer uma palavra escrita. Estavam todos amordaçados.
     Soube mais tarde que tudo aquilo era uma manifesto contra o governo Goulart, era a greve do silêncio.
     Quando, de repente, cortando o silêncio, ouvi sirena por todos os lados. O Exército cercava os arredores com seus carros e tanques. Até a cavalaria montada estava presente.
     Era a guerra! pensei.
     Inocentemente segui em direção àquela multidão que já se desfazia e, desorganizadamente, avançou contra as grades da Igreja Santo Antônio, colocando-as ao chão e invadindo todo o templo. Outros iam contra as vitrinas das lojas cujos proprietários tentavam fechá-las. Granadas de efeito moral e lacrimogêneo eram atiradas e estouravam por todo lado.
     Pessoas sendo presas, pisoteadas... gritos de desespero brotavam das centenas de bocas naquela multidão.
     Recostado, na esquina do Cine Brasil, cruzamento com a Rua Rio de Janeiro, o pânico tomou conta de mim. Nervoso, eu não sabia para onde ir. O hotel estava longe.
     Foi quando um senhor, proprietário do Café Sete, puxou-me pela camisa e me arrastou para dentro de seu estabelecimento, fechando a porta em seguida, trancando-me lá dentro juntamente com outros fregueses.
     Tirou de meu bolso o único documento que tinha naquele momento: uma carteira de estudante. Rasgou-a e queimou seus pedaços enquanto me dizia ser eu um maluco em andar com este tipo de documento. Estudantes estavam sendo presos e desapareciam sem explicações.
     Entendi, então, naquele momento, que a ditadura estava por chegando. Angustiado, não sei quanto tempo fiquei ali. Ao sair, notei toda a praça cheia de fumaça, vidros quebrados, paus e pedras pelas calçadas. Todo o exército fortemente armado vistoriando todos que passavam por ali. Não me perturbaram, apenas olhavam para mim com desconfiança.
     Parte do Exército estava se dirigindo para a Assembleia Legislativa onde os manifestantes tomaram como reféns os parlamentares.
     A Revolução havia começado. E eu, simples estudante, apavorado e nervoso numa cidade estranha, fora salvo por um desconhecido.  Nunca fiquei sabendo seu nome, nunca mais o vi.
     Coisas da vida.

12 de junho de 2012

Assassinando a Língua Portuguesa - XIV

(facebbook - acessado em 12/6/2012)


Radio [.....] como eu faço para ter voçê em meus braços e viver com voçê uma linda e romantica historia de amor..pois no meu castelo de sonhos voçê ê a rainha...e eu não preciso ser o principe.....posso só ser teu servo..mas um servo....que vai te amar voçê para sempre.

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5 de junho de 2012

Mãe

Mulher de muitos colos,
de manhãs sempre claras,
de magias, de fadas.
Mulher perene, dando vida,
sendo a própria vida:
de beleza, de peso, de energias.
Nada é igual a você, flor rara,
Que enfeita a vida,
com qualquer rosto que tenha,
com cabelos de muitas cores ,
sorrisos diferentes,
sinais profundos de luta, de vitórias.
Mãos estendidas, raios de luz,
raios de bondade, raios de Deus.
Não falo de lua e de sol que vemos nos céus...
Falo da lua, do sol e da estrela,
que não passa, que não se vai nunca,
Falo de Mães.
Todas as mães que habitam o planeta do amor!

Dificuldades da Língua Portuguesa - XIX

Um aluno me pergunta qual a diferença entre as palavras abaixo:

1. Confiscar e desapropriar. Confiscar = sem indenização. Desapropriar - com indenização.
   "A coroa portuguesa confiscou os bens de Tirandentes."
    "Para construção do metrô, vários imóveis foram desapropriados."

2. Roubar e Furtar. Roubar = com violência. Furtar = sem violência ou ameaça.
    "Parou num sinal vermelho e teve seu carro roubado."
    "O cleptomaníaco é aquele que tem a mania de furtar."

3. Descriminar,  Legalizar e Discriminar. Descriminar = inocentar de um crime. Legalizar = tornar
     legal. Discriminar = distinguir, discernir.
    "O projeto queria descriminar o uso de produtos ilegais."
    "O objetivo é legalizar o jogo do bicho."
    "É preciso distinguir uma cópia e o original."

4. Ao invés de...  e  Em vez de... . Ao invés de = ao contrário de. Em vez de - no lugar de.
    "Entrou à direita ao invés de entrar à esquerda."
    "Foi à praia em vez de ir ao jogo. (ir à praia e ir ao jogo não são coisas opostas).


Tenho saudades da minha infância   Saudades de tempos distantes, pessoas especiais, lugares inesquecíveis, cheiros e prazeres, reco...