16 de dezembro de 2012

Vamos concordar? - XII

1. “Não nos vemos ou HAVIA dois anos?”
O certo é “Não nos vemos dois anos”.
Isso significa que “faz dois anos” que não nos vemos.
Se a frase estivesse no passado “não nos VÍAMOS”, aí o correto seria dizer que “HAVIA dois anos”, ou seja, “não nos víamos havia dois anos”. Isso significa que “fazia dois anos que não nos víamos”, mas que acabamos de nos ver.
Observe outro exemplo:
1. cinco anos que o Internacional não é campeão gaúcho” = o Internacional continua sem ser campeão;
2.Havia cinco anos que o Internacional não era campeão gaúcho” = o Internacional ganhou o campeonato.
3. “É ou SÃO uma hora da tarde?”
O verbo SER sempre concorda com as horas: “É uma hora da tarde”; “SÃO treze horas”; “SÃO duas horas”; “SÃO dez horas”; “É uma e dez da madrugada”; “É zero hora”.
Assim sendo, “SÃO doze horas”, mas “É meio-dia”; “SÃO doze horas e 30 minutos”, mas “É meio-dia e meia”.

13 de novembro de 2012

Assassinando a Língua Portuguesa - XVIII

[....] Seus nobs ninguem vem a que pra agente descultir esse assunto melhor né? Ateus babacas vcs ão mereciam ter nenhum direito! nem o direlto de Nacer! Mais o DEUS TODO PODEROSO nós manda abençoar os Impios, Então Deus os abençoe!    (Facebook - 9/11/12)
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As postagens de "Assassinando a Língua Portuguesa" são cópias fiéis do que foi (está) publicado em jornais, revistas, comentários, etc. A intenção é apenas mostrar o "descuido" e a falta de cultura da Língua Portuguesa ou o descaso que se faz dela. Não tenho, em hipótese alguma, a intenção de criticar ou denegrir a imagem da publicadora.

3 de novembro de 2012

Saudades de Mim

No meu canto adormecido nasce a saudade de mim. Um canto cheio de sorrisos, vontades e magia. Enquanto esse pedaço adormece, o resto permanece num eterno estado de alerta inconsciente. Vivo com a consciência alterada. Já não é só o meu pensamento que a distância maltrata, maltrata a vida, os momentos, maltrata a própria saudade.
          Sinto falta dos meus dias de sonhos e daqueles de pedra. Cansei de esperar por uma luz no fim das horas. De olhar para o relógio e me preocupar se ainda alcanço os ponteiros.
          Subo devagar a escada dos problemas. A resolução aparece enquanto passo leve por eles. Mesmo acabada.
          Perdido nos meus devaneios, eu nasço e renasço quando medito e afasto de mim o que se espera... E o que eu espero?  Não traço a incerteza, o medo, o limite do meu ser invisível no mistério do ar, na formação e transformação de toda beleza inacabada do meu sentimento.
          Apenas vivo.
          Sinto saudade do que já foi bom e não pode ser mais, mas sem querer recuperar o que se perdeu pra sempre, porque sei da impossibilidade de voltar a sermos quem éramos e sentir tudo o que sentíamos e de recuperar uma beleza que se move, não a beleza imutável do que não se pode mais alterar, como nas fotografias.
          Sinto saudade de tudo quanto não me lembro e de que só sei por ouvir dizer, de tudo que gostaria de ter sentido e não senti por não saber como ou por não ter aprendido o necessário para senti-las, ou simplesmente por não querer senti-las. De tudo que eu penso que poderia sentir se não fosse por haver a distância, tempo e a impossibilidade. Sinto saudade do que está por vir. Sinto saudade do que nunca tive e que poderei vir a ter. Das memórias que ainda estão por se criar.
          Sinto saudades!

maio de 2004

31 de outubro de 2012

Vamos concordar? - XI


5.  TAMBÉM MERECEM DESTAQUE - SUJEITO COMPOSTO

a) núcleos que são sinônimos - verbo no singular ou no plural.

Descaso e desprezo  marcam / marca  seu comportamento.
                               sinônimos
 
   b) núcleos dispostos em gradação - verbo no plural ou concordando com o último núcleo do sujeito.
        Uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.

c) núcleos unidos por ou ou nem
    => verbo no plural se a declaração for atribuída a todos os núcleos.
           Nem o professor nem o aluno acertaram a prova.

   => verbo no singular se a declaração for atribuída apenas a um dos núcleos.
                          Você ou ele será  escolhido.  (Só será escolhido um)

                   d) núcleos unidos por com - verbo no plural.
                         O pai com o filho montaram o brinquedo. (os dois)
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OBSERVAÇÃO:
            O verbo poderá ficar no singular, se a ideia enfatizar o primeiro elemento.  Neste caso não há sujeito composto, o segundo elemento passa a ser adjunto adverbial de companhia.

                     O pai com o filho montou o brinquedo. (somente o pai montou)
                     adj. adv. de companhia (com o filho)
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           e) expressões correlativas (não só... mas também; não só... mas ainda;  não apenas... mas também;  tanto...quanto;  etc.
                  o verbo concorda de preferência no plural.
                         Não só a seca mas também o pouco-caso castigam o Nordeste.
                         Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.

f) aposto recapitulativo - os elementos do sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com esse termo resumidor.
                       Pontes, viadutos, túneis, nada disso    é   prioritário em Minas.
                       Filmes, novelas, boas conversas, nada o  tirava da apatia.

FIM

25 de outubro de 2012

Vamos concordar? - X


4. MERECEM DESTAQUE - SUJEITO SIMPLES

a) Expressões partitivas (parte de, metade de, a maioria, a maior parte de) + substantivo no plural = verbo no singular ou plural.
     A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
     Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.

 b) Expressões que indicam quantidade aproximada (cerca de, perto de, mais de um, etc.) + numeral verbo concorda com o numeral.
     Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.
     Mais de um atleta estabeleceu o recorde nas Olimpíadas.

c) Nomes próprios:  sem o artigo = verbo no singular;   com o artigo no plural = verbo no plural.
     Os Estados Unidos determinaram a ação militar.
     Estados Unidos determinou a ação militar.
     As Minas Gerais são inesquecíveis.
     Minas Gerais é inesquecível.

d) pronome interrogativo ou indefinido plural + de vós, de nós
     o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na 3ª pessoa do plural) ou com o pronome pessoal.
     Quais de nós  são  /  somos capazes?  ( Quais são..... nós somos...)
     Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?   (Alguns sabiam.... vós sabíeis...)
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OBSERVAÇÃO:
Se o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular.
Qual de nós é capaz? Algum de vós fez isso.
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e) Sujeito indicando porcentagem + substantivo
 o verbo deverá concordar com o substantivo.
      25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.  (...orçamento deve...)
      85% dos entrevistados não aprovam a administração atual.  (entrevistados não aprovam...)

f) sujeito que - o verbo concorda com o antecedente deste pronome.
      Fui eu que paguei a conta.    Fomos nós que pagamos.

g) sujeito quem - o verbo concorda com o antecedente deste pronome ou pode ficar na 3ª pessoa do singular.
      Fui eu quem pagou a conta.     - ou:
     Fui eu quem paguei a conta.

h) expressão  um dos que - o verbo deve ir para o plural.
      Ele foi um dos jogadores que mais encantaram o povo.

 

15 de outubro de 2012

Vamos concordar?- IX

CONCORDÂNCIA VERBAL

1. SUJEITO COMPOSTO ANTEPOSTO AO VERBO
            a concordância se faz no plural:

Pai e filho conversaram longamente.
Pai e filho devem conversar com frequência.
 

2. SUJEITO COMPOSTO: PESSOAS GRAMATICAIS DIFERENTES
a 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª, que prevalece sobre a 3ª.

Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. (= nós)
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. (= vós)
Pais e filhos precisam respeitar-se. (= eles)

 
3. POSPOSTO AO VERBO
a) concorda com o núcleo dos sujeitos
Faltaram coragem e competência.

b) concorda com o núcleo o sujeito mais próximo.
Faltou coragem e competência

Obs.: Quando ocorre ideia de reciprocidade = plural.
Abraçaram-se vencedor e vencido. (um abraçou o outro)
[CONTINUA]

 

Curiosidade: Por que porco virou cofre? - 25


No século XVI, os utensílios domésticos dos europeus que estavam na pior não seram de metal, que era caro, coisa de quem vai na Sephora*, mas de uma argila barata chamada pygg clau. Virou hábito guardar dinheiro em vasinhos que ficaram conhecidos por pygg banks. Dois séculos depois, o nome já virara pygg bank, segundo enciclopédias. Daí foi um pulo para que ceramista fizessem cofres no formado de porquinho, que, em inglês, é piggy. É isso aí.
[*A maior loja de produtos de beleza do mundo.]

13 de outubro de 2012

Curiosidade: Prisão e Cárcere - 24

Por que as palavras "prisão" e "cárcere" são sinônimas, mas "prisioneiro" e "carcereiro" não?
Segundo Elisa Battisti, do Departamento de Linguística da UFRGS, "prisão" vem do verbo em latim prehensio, "ato de prender". "Cárcere" é uma extensão de sentido: carcer é o local de onde partiam carruagens para prender bandidos, na Roma antiga. E o nome desse lugar passou a ser usado também para o local onde eles ficavam presos. Por isso "prisão" e "cárcere" são sinônimos. Já "carcereiro" era quem dirigia o carro e, depois, virou também o vigia da prisão. Por sua vez, "prisioneiro" é mais nova, do século 14. Ela vem do francês prisonnier, "pessoa detida."
[Mário Viaro, "Por trás das palavras", Ed. Globo, SP, 2004]

25 de setembro de 2012

Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?

PRESIDENTA?
 No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.

Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta". Um bom exemplo do erro grosseiro seria: "A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter irado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".
Por favor, pelo amor à língua portuguesa, repasse essa informação...
[Mirian Rita Moro Mine - Univ. Fed. do Paraná]

Dificuldades da Língua Portuguesa - XXV

Qual a diferença entre taxa, imposto e tributo?

Usando uma linguagem mais simples para que todos nós, leigos, possamos entender:
1. TAXA - Tipo de tributo para o qual há uma contrapartida, a prestação de um serviço por exemplo. Nós pagamos a taxa do lixo para que a prefeitura retire o lixo; pagamos a taxa de iluminação pública para que haja iluminação nas vias públicas...
2. IMPOSTO - Tipo de tributo para o qual não há uma contrapartida específica. Nós pagamos imposto de renda porque temos renda; pagamos IPTU porque temos uma casa, um apartamento, um terreno; pagamos IPVA porque temos um automóvel, um barco, um avião...
3. TRIBUTO - É um termo genérico. Engloba taxas, impostos e contribuições. É tudo aquilo que pagamos para viver na "tribo", ou seja, em sociedade. Daí o tribuno para nos representar e o tribunal para julgar os que vivem na tribo.
Qual é o plural de sem-terra?
Pergunta: muitos usam a palavra sem-terra no singular, outros no plural. Qual é o certo?
As palavras compostas com a preposição SEM, tipo sem-terra e sem-teto são invariáveis. Devemos dizer "os sem-terra" e "os sem-teto". 
Não seguem, portanto, a regra que manda flexionar o segundo elemento (= substantivo) quando o primeiro for invariável (= preposição): contra-ataques, vice-campeões...

"Devemos mesmo escrever todas as palavras com o mini incorporado à palavra ou separado sem hífen ou com hífen?"
Segundo o novo acordo ortográfico, só há hífen quando MINI antecede palavras iniciadas por H ou vogal igual (i): mini-hospital, mini-internato... 
Nos demais casos o elemento mini deve ser usado sempre "junto", sem hífen: minissaia, minssérie, miniusina, minirreator, minidesvalorização, minienvelopes, minibar, minipãezinhos...

20 de setembro de 2012

Vamos concordar? - VIII

11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira pessoa do singular  ou do plural:
Vossas Majestades gostaram das homenagens.
Vossa Majestade agradeceu o convite. 

12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os determinam:
*  Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, este permanece no singular, contanto que o predicativo também esteja no singular:
Memórias póstumas de Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.  

* Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também permanece no plural:
Os Estados Unidos são uma potência mundial.

* Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem aparece, o verbo permanece no singular: 
Estados Unidos é uma potência mundial.

14 de setembro de 2012

Assassinando a Língua Portuguesa - XVII



[...] não é culpa do diretor que toma conta do local e sim pelo cidadão que não ve que , com isso ele ate pode perder seu voto , por que isso revolta qualquer pessoa vendo que só falta, assaltar com 38 para pedir seu voto , a comunidade agradece a todos os que sabe que foi lá no popular, não volte a fazer issó e não me force tirar sua foto e púbrica-las aqui no face,ok boa noite a todos [...] – Facebook – acessado em 14/9/2012
OBS.: A cada dia fico mais decepcionado com o que vejo por aí. Um absurdo. Note acima a forma e a ortografia usadas para se dar a notícia.
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31 de agosto de 2012

Vamos concordar? - VII

8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou poderá concordar com o antecedente desse pronome:
Fomos nós quem contou toda a verdade para ela.
Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.

9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa palavra:
Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões.
Em casa sou eu que decido tudo.

10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem:
50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria.
50% do eleitorado apoiou a decisão.

Observações:
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de porcentagem, esse deverá concordar com o numeral:
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.

- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.

- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural:
Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.

Assassinando a Língua Portuguesa - XVI


saudades e oque (...) deicha para sempre a quem conviveu com ele,rapaz jovem e muito educado sera verdade oque aconteceu ou sera um sonho que logo passa,dificil acreditar em (...) pois ele era uma pessoa muito feliz com a vida para ter coragem de tirar a propria.aos pais que deus os conforte pois amigos nao estao conformando imagino oq estao pasando.saudades eternas (...)
  (Jornal local eletrônico-Comentários - 31.8.12)
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Curiosidade: Mais algumas expressões da Língua Portuguesa - 23


NÃO ENTENDO PATAVINAS: Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova, sendo assim, não entender patavina significa não entender nada.
DOURAR A PÍLULA: Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.
CHEGAR DE MÃOS ABANANDO: Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.
SEM EIRA NEM BEIRA: Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.
ABRAÇO DE TAMANDUÁ: Para capturar sua presa, o tamanduá se deita de barriga para cima e abraça seu inimigo. O desafeto é então esmagado pela força. Abraço de tamanduá é sinônimo de deslealdade, traição.

25 de agosto de 2012

Bons Companheiros




        Naquelas noites, descontraidamente, sentávamos no banco da praça. Ali mesmo, bem defronte do Cine Alfenas. Uma bela arquitetura que se destacava dentre as demais do centro. Ainda não havia prédios, só o Cine Alfenas. Bem à nossa frente, mostrando suas luzes e anunciando novos filmes. James Dean, Cary Grant, Gina Lolobrígida, Mary Monroe. Grandes nomes que povoavam nossas mentes.
       Mas a conversa começava ali, éramos da mesma idade. Jovens adolescentes, compromissados apenas com o Colégio. Estudávamos à noite. Bons companheiros.
       Ao lado do Cine Alfenas ficava o Bar do Zé Orlando, um bom camarada, amigo, que sempre nos esperava com aquele arroz e bife acebolado, seguido de uma cervejinha bem gelada. Bar pequeno, mas cabiam duas mesas com quatro cadeiras. Mas era nosso recanto de todas as noites. Ouvíamos as histórias do Zé Orlando sobre a roça, seu milharal, sua vontade de largar tudo e partir para o seus plantios. Tudo isso ao som dos Beatles.
       Ali ficávamos os três. Conversando sobre o nada, e o que não faltavam eram as piadas. Não posso me esquecer de nenhuma, eram boas. Muitas vezes ríamos de ver o outro rir. O tempo passava e nós nem percebíamos.
        O vento fresco da noite balançava as folhas das copas das árvores daquele jardim florido que pareciam sorrir com a gente.
        Paulo Azevedo e Paulo Nascimento, xarás. Só eu fugi da regra: José. Mas tudo bem, era o Paulinho, o Paulo e o Zinho, o trio inseparável das noites alfenenses.
        Um dia, Paulo, o Nascimento, partiu para Belo Horizonte para realizar uma pequena cirurgia de fimose. Era preciso ser em BH, pois somente lá havia convênio com a Companhia Sul-mineira de Eletricidade (hoje CEMIG), onde ele trabalhava.
       Foi o último dia em que nos vimos. Paulo partiu de viagem, mas sua viagem foi mais longa do que imaginávamos. Não podia tomar anestesia e tomou. Partiu para outras plagas além de nossa imaginação. Acabaram ali nossas noites de piadas.
       Paulo Gomes do Nascimento, bom companheiro, partiu sem avisar e não mais voltou.

19 de agosto de 2012

Vamos concordar? - VI

Continuando nossas explicações anteriores:

3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a segue:
> A maioria dos alunos resolveu ficar.  A maioria dos alunos resolveram ficar.

4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
> Cerca de vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.

5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão “mais de um”, o verbo permanece no singular:
> Mais de um candidato se inscreveu no concurso de piadas. 
Observação:
* No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural:
> Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de doação de alimentos.
> Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades de formatura.

6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”, o verbo permanecerá no plural:
> Esse jogador foi um dos que atuaram na Copa América.

7) Em casos relativos à concordância com locuções pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas questões básicas:
* No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar com o pronome pessoal:
> Alguns de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão.

* Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no singular, o verbo permanecerá, também, no singular:
> Algum de nós o receberá.
CONTINUA NO PRÓXIMO "VAMOS CONCORDAR?"
     

Tenho saudades da minha infância   Saudades de tempos distantes, pessoas especiais, lugares inesquecíveis, cheiros e prazeres, reco...