A expressão usada para indicar um sujeito sem dinheiro tem a ver com o ato de raspar no chão a sola do pé sujo, gesto de quem anda descalço. No século 17, em poesia feita para Anica, mulata de quem gostava e que lhe pedia dinheiro para comprar sapatos, o poeta Gregório de Matos escreve: “Se tens o cruzado, Anica, / manda tirar os sapato, / e se não, lembre-te o tempo / que andaste de pé rapado.” No século 18, o termo era muito usado pela aristocracia. Segundo consta do livro De Onde Vêm as Palavras II (Deonísio da Silva), pés-rapados eram o trabalhadores das lavouras e das minas. Mas, por um momento, nem os ricos se livraram da pecha. Na Guerra dos Mascates (1710-1711), os portugueses chamavam os aristocratas rurais de Pernambuco de pés-rapados por combaterem sem botas. (De Onde Vem as Palavras – Deonísio da Silva; Aventuras na História , ed. Abril, nº 95, pág. 23)
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