23 de dezembro de 2011

Aos meus amigos



Aos meus amigos,
amigos que não verei mais.

Tenho amigos que já partiram!
Nunca mais verei a expressão de seus olhos,
assim como eles jamais focarão em mim
os seus olhares.
Nunca mais sentirei o calor de seus abraços,
nunca mais apertaremos nossas mãos,
nunca mais enlaçaremos nossos braços.
Nunca mais sentaremos num barzinho
pra jogar conversa fora.
Não mais faremos caminhadas
pelas mesmas trilhas.
Não mais deitaremos nossas cartas
na mesa e nem falaremos
das penosas cartas que a vida
nos fez ocultar nas mangas.
Nunca eles saberão de fato
como é o meu cotidiano
e nem eu saberei como eles são no seu dia a dia.
lá onde estão.
Não mais riremos juntos
por qualquer pequena ou grande alegria,
nem estaremos juntos nas horas das nossas crises,
angústias ou agonias.
Sei que vivem, que me amam
e sentem a minha falta.
Sei que eu os amo tanto, que neles me diluo!
Eu os vejo todos os dias numa pequenina tela de ilusão:
frágeis e irisadas libélulas
que cá chegam nas asas
de uma canção, prosa ou poema.
Enquanto eu os alcanço
todos os dias levando-lhes
um tantinho do meu amor
em meio às minhas sublimadas
e subliminares mensagens
que tomam forma de tudo,
mas redundam sempre na
mesma - e tão antiga – cantilena.
Que saudades!
Foram antes de mim.

J.C.Paula

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